quinta-feira, 8 de agosto de 2013

10 escândalos que abalaram o século XIX



Dentre todas as coisas modernas, a fofoca não é uma delas. O gosto do ser humano pela ridicularizarão e humilhação é antigo.

10 fatos horríveis sobre o século 18

O aumento de jornais baratos sensacionalistas no século XIX significou vários escândalos chocantes. Membros comuns do público sentavam-se à mesa do café para ler cada suculento detalhe das verdades publicadas pela imprensa marrom. Crimes, comportamento inadequado, travessuras sexuais… Confira 10 escândalos que abalaram o “núcleo bem educado” da sociedade do século XIX:
1 – “O MENINO QUE VISITA O PALÁCIO”, DEZEMBRO DE 1840




Edward Jones, 17 anos, filho de um alfaiate, foi descoberto no Palácio de Buckingham no camarim ao lado do quarto da rainha Vitória. A rainha tinha recentemente dado à luz ao seu primeiro filho. Conforme se descobriu, aquela não tinha sido a primeira vez que Jones tinha se feito em casa no palácio. Ele estava dando um jeito de entrar no local desde 1838. Pior, ele uma vez foi pego com as roupas íntimas da rainha enfiadas dentro de suas calças!
Sua prisão fez os jornais o apelidarem de “Boy Jones” (garoto Jones). Apesar da segurança aumentada no palácio, ele causou mais furor com sua aparente incapacidade de ficar longe do local: foi preso novamente em 1841 e condenado a trabalhos forçados. Eventualmente, foi para a Austrália.
2 – “O GRANDE CASO DO CONVENTO”, FEVEREIRO DE 1869



O caso do convento despertou sentimentos anticatólicos ingleses, bem como vendeu um grande número de jornais e panfletos. Susan Saurin (anteriormente Irmã Maria Escolástica) processou sua mãe superior, a Sra. Starr, por difamação e conspiração, alegando que ela teria sido injustamente expulsa do convento. O julgamento deixou o tribunal lotado. Testemunhas deram relatos de supostos crimes de Saurin, que incluíam comer morangos com creme (que mulher má!) e ficar “animada” na presença de um padre visitante. Para grande decepção do júri protestante, a madre superiora testemunhou mais tarde que ela não quis dizer “esse tipo de animação”. Veredicto para o demandante: 500 euros (atualmente, R$ 1354) de indenização.
3 – “OS HOMENS QUE PUNIRAM HAYNAU”, SETEMBRO DE 1850



Durante a Revolução Húngara de 1848 contra o Império Austríaco, um homem se destacou por suas táticas violentas para suprimir revolucionários: Julius Jacob von Haynau, um general austríaco que ganhou o apelido de “Hiena”. As notícias de sua brutalidade, particularmente contra mulheres húngaras, enfureceram o público Inglês. Tanto que, quando Haynau visitou uma cervejaria durante uma viagem a Londres em 1850, os motoristas dos vagões utilizados para entregar barris de cerveja o atacaram com chicotes, vassouras e pedras. Com o bigode destruído e as roupas roubadas, Haynau fugiu para uma pousada nas proximidades de um santuário.
4 – “ACUSAÇÕES PROVADAS”, FEVEREIRO DE 1870



Quando a filha de Lady Harriet Mordaunt nasceu, os médicos pensavam que ela poderia ser cega. Lady Mordaunt temia ter sífilis, e confessou para seu marido, Sir Charles, que tinha sido infiel a ele muitas vezes. Entre seus amantes, estava o Príncipe de Gales (o filho mais velho da rainha Victoria, herdeira do trono, e, mais tarde Rei Eduardo VII). Esta bomba resultou no julgamento de divórcio de Mordaunt. Tecnicamente, o julgamento foi feito para resolver se Lady Mordaunt era sã o suficiente para prosseguir com o divórcio. Para fúria da rainha, o príncipe de Gales (casado) foi chamado a depor sobre sua relação com Mordaunt em audiência pública e negou o adultério. O júri decidiu que Mordaunt sofria de “mania puerperal”, depressão pós-parto. Ela foi internada em um asilo e mais tarde o divórcio foi concedido.
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5 – “TUDO O QUE PUBLICAMOS, NÓS DEVEMOS DEFENDER”, JANEIRO DE 1877



Annie Besant, uma notável teosofista, feminista e ativista dos direitos das mulheres, e Charles Bradlaugh, um ateu, publicaram “The Fruits of Philosophy: the Private Companion for Young Married Couples” (em português, Os Frutos da Filosofia: o companheiro privado para casais jovens), um panfleto feito por um médico americano, Charles Knowlton, e anteriormente julgado obsceno. Por quê? O assunto era a contracepção. A discussão pública do sexo era considerada vergonhosa. Vinte minutos após os primeiros exemplares serem colocados à venda, o casal foi preso graças a uma denúncia da Sociedade para a Supressão do Vício. O julgamento foi uma sensação. O júri decidiu que Besant e Bradlaugh não tinham a intenção de depravar o público e eles foram ordenados a não publicar mais o panfleto. Eles o republicaram mesmo assim.
6 – “HOMENS EM SAIAS”, JULHO DE 1854



Em Londres, no Hall dos Druidas (um local de encontro para a Antiga Ordem dos Druidas e, ocasionalmente, alugado a não druidas) durante um baile de máscaras, George Campbell, 35 anos, e John Challis, 60 anos, foram apreendidos pela polícia por “excitar os outros a cometer um delito não natural”. Os dois homens estavam vestidos com roupas de mulher. A homossexualidade era ilegal, então ocorreu em seguida um julgamento que escandalizou a cidade. Campbell afirmou que só tinha ido à festa com um vestido para que pudesse testemunhar o “vício” por si mesmo e depois pregar contra ele. Testemunhas de caráter de ambos os homens pintaram retratos impecáveis sobre eles. Sendo assim, os “pecadores” levaram apenas advertências severas.
7 – “BAIXEZA INDESCRITÍVEL”, JUNHO DE 1875



Ao viajar para Londres de trem, o coronel Valentine Baker, uma figura militar respeitada e amigo do Príncipe de Gales, foi acusado de estuprar Rebecca Dickenson, 22 anos. No julgamento, Dickenson alegou que o coronel tentou levantar sua saia, colocou a mão em sua calcinha, e a beijou muitas vezes na boca. Para salvar sua virtude, embora o trem estivesse em movimento, ela fugiu para o apoio por fora das cabines ferroviárias de primeira classe e agarrou-se lá, gritando por socorro. O julgamento causou discussão sobre o sistema de classes britânico, desde que foi argumentado, com razão, que, se ela estivesse na terceira classe, Baker teria a estuprado e saído ileso. Embora tenha escapado da acusação de estupro, o coronel foi condenado por cometer atentado ao pudor.
8 – “UM CASO INDIZIVELMENTE ABSURDO”, JULHO DE 1889



Quando um policial parou para questionar um garoto, um telégrafo de 15 anos, porque ele tinha 18 xelins no bolso (em dinheiro de hoje, cerca de 122 dólares ou 244 reais), revelou um escândalo que chegou até a família real britânica. O menino não tinha roubado o dinheiro: tinha ganhado-o dormindo com cavalheiros em uma casa em Cleveland Street, assim como outros meninos mensageiros. A polícia invadiu a casa e descobriu, entre os visitantes, Lord Arthur Somerset, o filho do duque de Beaufort. O Príncipe Albert Victor, apelidado de “Príncipe Eddy”, aparentemente também era um cliente. Enquanto a imprensa britânica manteve seu nome fora dos jornais, jornalistas americanos e franceses não foram tão discretos. Vários dos homens envolvidos no anel de pedofilia – incluindo Somerset – fugiram do país para evitar processos.
9 – “ELE NÃO ME FEZ SUA ESPOSA”, ABRIL DE 1854



Em 1846, depois de casar com John Ruskin, principal crítico da idade, a bela, jovem e brilhante Euphemia “Effie” Gray esperava que sua vida fosse a de esposa comum. Em vez disso, o velho Ruskin adiou consumar o casamento por anos, até que ela conheceu e se apaixonou por outro homem, John Everett Millais, pintor pré-rafaelita e protegido de Ruskin. Ela abandonou seu casamento infeliz em 1854 e entrou com pedido de anulação, alegando que ainda era virgem. As revelações causaram comentários desagradáveis sobre sua pessoa nos jornais. Ela se casou com Millais, embora tenha pago um preço: nunca mais poderia participar de um evento social, se a rainha Victoria estivesse presente. Ela provavelmente não se importou muito, e teve oito filhos com Millais.
10 – “MAU CARÁTER”, FEVEREIRO DE 1861



Quando William Charles Yelverton cortejou e tornou-se amante de Theresa Longworth, 20 anos, a “arruinou” aos olhos da sociedade vitoriana, porque eles não eram casados. Ela aceitou suas desculpas e até falou em público para apoiar sua vida juntos, indo tão longe a ponto de segui-lo para Escócia e Irlanda para continuar tendo um caso. Eventualmente, ela quis se casar, no entanto. Conseguiu uma cerimônia secreta na igreja em 1857, mas teve um choque um ano depois, quando Yelverton fez um casamento bígamo com outra mulher. Theresa finalmente o levou ao tribunal querendo pensão alimentícia. Ele insistiu que o casamento com ela era inválido por causa de suas diferenças religiosas: ele era católico e ela protestante. Depois de muitos apelos, o caso terminou a favor de Yelverton.[Listverse]

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